PERSPECTIVAS |
Positivista |
Interpretativa |
Sociocrítica |
Eco-sistêmica |
DIMENSÕES |
(empírica, racionalista e clássica) |
(construtivista, naturalista e fenomenológica) |
(construtivista e
sociocrítica) |
(construtivista, interacionista, sociocultural, afetiva e transcendente) |
Ontológicas |
Realidade Objetiva, estável, uniforme, homogênea. dada, fragmentada e previsível;
Explicitação, científica de natureza causal, determinista e reducionista. |
Realidade dinâmica e mutável, holística, divergente, e múltipla;
Realidade inseparável do sistema de conhecimento.
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Realidade crítica e histórica, permeada de valores sociais, políticos, culturais, econômicos e éticos que se cristalizam com o tempo;
Concebe-se a realidade social sem a infra-estrutura biofísica (sem vida)
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Realidade dinâmica, difusa, relacional, indeterminadae não-linear, contínua/descontínua, imprevisível;
Realidade: unidadedos contrários na qual prevalece a dinâmica do vir-a-ser sobre os modos de ser (DEMO, 2005);
Realidade construída pela relação sujeito/objeto (S/O), multidimensional;
Diferentes níveis de realidade(realidade emerge como totalidade integrada)
Complexidade constitutiva da realidade, do pensamento e da ação;
Realidade: Unidade global, complexa, integrada, interativa e participativa. |
Epistemológicas |
Base epistemológica: empirismo de natureza dualista e objetivista;
Conhecimento objetivo quantitativo, mensurável e incontestável;
Conhecimento e descoberta;
Separação do S/O;
Sujeito passivo, neutralidade do sujeito;
Processo epistemológico regular, ordenado, progressivo e determinado pela ordem;
Conhecimento produzido é atomizado.
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Caráter fundamental: interpretativismo;
Base epistemológica construtivista e interacionista simbólica;
Indivíduo como sujeito ativo na construção da realidade;
Subjetividade é fundamental;
Interatividade S/O
(diferentemente em relação ao positivismo);
Relações de interdêpendencia S/O. O marco interativo está nas relações e nos mecanismos de auto-regulação;
Conhecimento não é cópia da realidade. Resulta da ação e depende das estruturas do sujeito. |
Base epistemológica construtivista sociocritica;
Produção social do saber é histórico-cultural, sendo a cultura um campo de luta para as conquistas sociais;
Conhecimento contextualizado e historicizado, sintonizado com a perspectiva de transformação social, com contrução de modelos sociais;
Condicionantes: o contextoe os interesses sociais;
Construtivismo como posição teórica, como representação conceitual concreta da natureza do conhecimento;
Conhecimento não como cópia, mas como construção do sujeito, como resultado da ação e dependente de suas estruturas;
Marco interativo: está na relação e nos mecanismos de auto-regulação.
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Base epistemológica construtivista, interacionista fundada na intersubjetividade dialógica que gera uma base epistemológica complexa, a qual implica aceitação da natureza múltipla e diversa do sujeito e do objeto estudado, envolvendo dinâmica não-linear. dialógica, interativa, recursiva e aberta;
Resgata a biopsicossocio-gênese do conhecimento humano. Conhecimento inscrito na corporidade humana;
Sujeito e objeto ecologicamente indissociáveis e interdependentes. Objetividade ou a presença da intersubjetividade reveladora da impossibilidade de conhecimento objetivo;
Somente existe objeto em relação ao sujeito que observa, que pensa, co-criação de significados;
Destacam-se os mecanismos de inter-relação, de auto-organização, de emergência, entre outros. |
Metodológica |
Métodos quantitativos;
Método único para ciência naturais e sociais: hipotético/dedutivo;
Hipótese: ideia central;
Dedução: operação central;
Neutralidade do sujeito:
Procedimentos metodológico básicos;
Controle experimental;
Observação sistêmica;
Correlaçao de variáveis:
Generalização dos resultados;
Construção de leis gerais a partir de premissas;
Método apoiado na causualidade linear, determinismo, relações diretas, mecânicas e linearidades;
Método asséptico produz resultados confiáveis;
Generalizações livres de contexto e do tempo;
Confiabilidade, generalizações objetividade (critérios). |
Métodos qualitativos;
Hermenêutica/Dialética;
Postula-se uma pluralidadede métodos para se interpretar a realidade (Exemplo: estudos de casos, entrevistas, diários, etc.)
Intercâmbio da teoria/prática;
Neutralidade do pesquisador;
Os significados sociais somente podem ser examinados no contexto das interações individuais (diferentemente do positivismo);
Critérios de rigor científico, credibilidade, confirmaçãoe transferibilidade. |
Métodos qualitativos;
Método dialético e participativo, resgatando as relações intersubjetivas;
Busca-se a compreensão das raízes históricas da realidade;
Foco na inter-relação, na descrição detalhada das situações, eventos, pessoas e interações;
Neutralidade científica é uma falácia;
Dialética como relações intersubjetivas;
Validade consensuada.
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Predominância dos métodos qualitativos, mas sem negar o diálogo com os quantitativos, desde que haja compatibilidade teórica e metodológica;
Método como estratégia de ação aberta, adaptativa e evolutivado conhecimento, como caminho que se descobre ao caminhar, construíndo passo a passo e sujeitoa bifurcações, retroações, desvios e recursões;
Método apoiado
na causalidade complexa;
Procedimentos abertos, flexíveis, dinâmicos e revisáveis;
Multimétodos, mas com prudências metodológicas;
Incerteza como caráter permanente na busca científica;
Método transdiciplinar;
Validade consensuada.
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OBSERVAÇÃO: Esta tabela foi elaborada por Maria Cândida Moraes e José Armando Valente e está no livro "Como pesquisar em educação a partir da complexidade e da transdisciplinaridade" editado pela Paulus em 2008.
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